quinta-feira, 29 de abril de 2010

Caiu o gigante. O Barça está eliminado da Liga dos Campeões.

No jogo ruim desta tarde, prevaleceu o estilo do Inter que, justiça seja feita, só pôde armar aquele retrancão no Camp Nou porque tinha feito três gols em Milão.

José Mourinho organizou a maior e melhor retranca. O “ferrolho” italiano apareceu repaginado e globalizado (sem um personagem italiano sequer em campo, mas, de algum modo, italianíssimo “na alma”). Apareceu mais bem feito que nunca.

Não vi na semifinal da Liga dos Campeões, entre Barcelona e Inter de Milão, o confronto Brasil x Argentina que muita gente anunciou. Havia muitos brasileiros no Inter, mas também argentinos; e Daniel Alves, jogador importante no esquema da seleção, é um dos principais coadjuvantes de Messi no Barça.

O Inter de José Mourinho – treinador muito badalado no cenário internacional tem a espinha dorsal da defesa da seleção brasileira: Júlio César, o melhor goleiro do mundo; Maicon, um lateral-direito a quem a torcida do Brasil já começa a se render, embora a maioria ainda prefira o estilo virtuoso de Daniel Alves; e Lúcio, um zagueiro que depois de duas Copas já beira a unanimidade, embora de habilidoso não tenha nada.

Mourinho foi inteligente para bloquear o Barcelona e impedir que o time catalão entrasse em sua grande área. Mas recuou demais. A Inter merece estar na final pela campanha, não pelo último jogo das semifinais, à parte a retranca ter sido causada pela expulsão injusta de Thiago Motta.

A observação fundamental eu faria em relação ao Barcelona. Em jogos assim o fora-de-série precisa aparecer, chamar a responsabilidade e fazer a diferença. Messi não conseguiu fazer isso. Ele é o melhor do mundo e tinha que resolver. Tinha que fazer o impossível. Tinha que ser mágico. Não foi e isso vai ser cobrado. É cruel, mas é assim que funciona.

Madri está livre de ver o Barça dando a volta olímpica no Bernabeu. O futebol perdeu a chance de ver o time que joga mais bonito em outra decisão. Os bávaros de Munique soltam fogos de alívio. E Milão é uma festa. Os azuis e negros podem fazer história - sem o espetáculo dos catalães, mas com as conquistas da Liga, da Copa e da Champions. Será?

Contra o Bayern, a final é imprevisível. Até pelo retrospecto. Em quatro partidas, em todos os tempos, são duas vitórias do Bayern, uma da Inter e um empate.

Assim, a Inter, heróica, vai à decisão. Defender também é uma arte, e se o seu time é inferior, a estratégia é (quase) tudo. Que o Barcelona siga jogando bonito. Tem jogadores para isso. Ano que vem tem mais...


PS: se você elogiou o Joel Santana no campeonato carioca, não leve a mal, mas não pode criticar o Mourinho.

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