segunda-feira, 29 de março de 2010

Armando Nogueira, camisa 10 do jornalismo esportivo brasileiro


Armando Nogueira, que morreu nesta segunda-feira, era um camisa 10 como poucos na arte de escrever. Começou a cobrir Copas do Mundo no Mundial de 1954 - com a poesia que lhe era peculiar. Alguns de seus textos guardam frases antológicas que servem até hoje de inspiração para jornalistas e são a grande cereja do bolo para seus fiéis leitores.

O Rei e a bola

"Pelé é tão perfeito que se não tivesse nascido gente, teria nascido bola."

Mané e o drible
"Para Mané Garrincha, o espaço de um pequeno guardanapo era um enorme latifúndio."

Perfeição

“A tabelinha de Pelé e Tostão confirma a existência de Deus.”

Habilidade

"No futebol, matar a bola é um ato de amor. Se a bola não quica, mau-caráter indica."

Humor

"Anúncio: troco dois pés em bom estado de conservação por um par de asas bem voadas."

Crítica

"Os cartolas pecam por ação, omissão ou comissão"

Ídolos

"Heróis são reféns da glória. Vivem sufocados pela tirania da alta performance"

Enciclopédia

"Tu, em campo, parecias tantos, e no entanto, que encanto! Eras um só, Nílton Santos".

Zico

"A bola é uma flor que nasce nos pés de Zico, com cheiro de gol."

O gol

“Gol de letra é injúria; gol contra é incesto; gol de bico é estupro."

Uma crônica histórica sobre a conquista da Copa do Mundo de 1970, no México, quando a seleção brasileira conqusitou o tricampeonato e a Taça Jules Rimet. O texto está escrito na ortografia antiga.

E as palavras, eu que vivo delas, onde estão? Onde estão as palavras para contar a vocês e a mim mesmo que Tostão está morrendo asfixiado nos braços da multidão em transe? Parece um linchamento: Tostão deitado na grama, cem mãos a saqueá-lo. Levam-lhe a camisa levam-lhe os calções. Sei que é total a alucinação nos quatro cantos do estádio, mas só tenho olhos para a cena insólita: há muito que arrancaram as chuteiras de Tostão. Só falta, agora, alguém tomar-lhe a sunga azul, derradeira peça sobre o corpo de um semi-deus.

Mas, felizmente, a cautela e o sangue-frio vencem sempre: venceram, com o Brasil, o Mundial de 70, e venceram, também, na hora em que o desvario pretendia deixar Tostão completamente nu aos olhos de cem mil espectadores e de setecentos milhões de telespectadores do mundo inteiro.

E lá se vai Tostão, correndo pelo campo afora, coberto de glórias, coberto de lágrimas, atropelado por uma pequena multidão. Essa gente, que está ali por amor, vai acabar sufocando Tostão. Se a polícia não entra em campo para protegê-lo, coitado dele. Coitado, também, de Pelé, pendurado em mil pescoços e com um sombrero imenso, nu da cintura para cima, carregado por todos os lados ao sabor da paixão coletiva.

O campo do Azteca, nesse momento, é um manicômio: mexicanos e brasileiros, com bandeiras enormes, engalfinham-se num estranho esbanjamento de alegria.

Agora, quase não posso ver o campo lá embaixo: chove papel colorido em todo o estádio. Esse estádio que foi feito para uma festa de final: sua arquitetura põe o povo dentro do campo, criando um clima de intimidade que o futebol, aqui, no Azteca, toma emprestado à corrida de touros.

A festa brasileira no gramado do Azteca

Cantemos, amigos, a fiesta brava, cantemos agora, mesmo em lágrimas, os derradeiros instantes do mais bonito Mundial que meus olhos jamais sonharam ver. Pela correção dos atletas, que jogaram trinta e duas partidas, sem uma só expulsão. Pelo respeito com que cerca de trezentos profissionais de futebol se enfrentaram, músculo a músculo, coração a coração, trocando camisas, trocando consolo, trocando destinos que hão de se encontrar, novamente, em Munique 74.

Choremos a alegria de uma campanha admirável em que o Brasil fez futebol de fantasia, fazendo amigos. Fazendo irmãos em todos os continentes.

Orgulha-me ver que o futebol, nossa vida, é o mais vibrante universo de paz que o homem é capaz de iluminar com uma bola, seu brinquedo fascinante. Trinta e duas batalhas, nenhuma baixa. Dezesseis países em luta ardente, durante vinte e um dias — ninguém morreu. Não há bandeiras de luto no mastro dos heróis do futebol.

Por isso, recebam, amanhã, os heróis do Mundial de 70 com a ternura que acolhe em casa os meninos que voltam do pátio, onde brincavam. Perdoem-me o arrebatamento que me faz sonegar-lhes a análise fria do jogo. Mas final é assim mesmo: as táticas cedem vez aos rasgos do coração. Tenho uma vida profissional cheia de finais e, em nenhuma delas, falou-se de estratégias. Final é sublimação, final é pirâmide humana atrás do gol a delirar com a cabeçada de Pelé, com o chute de Gérson e com o gesto bravo de Jairzinho, levando nas pernas a bola do terceiro gol. Final é antes do jogo, depois do jogo — nunca durante o jogo.

Que humanidade, senão a do esporte, seria capaz de construir, sobre a abstração de um gol, a cerimônia a que assisto, neste instante, querendo chorar, querendo gritar? Os campeões mundiais em volta olímpica, a beijar a tacinha, filha adotiva de todos nós, brasileiros? Ternamente, o capitão Carlos Alberto cola o corpinho dela no seu rosto fatigado: conquistou-a para sempre, conquistou-a por ti, adorável peladeiro do Aterro do Flamengo. A tacinha, agora, é tua, amiguinho, que mataste tantas aulas de junho para baixar, em espírito, no Jalisco de Guadalajara.

Sorve nela, amiguinho, a glória de Pelé, que tem a fragrância da nossa infância.

A taça de ouro é eternamente tua, amiguinho.

Até que os deuses do futebol inventem outra.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Evento de skate no Rio de Janeiro

Mundial de Skate Vertical

Lagoa Rodrigo de Freitas, cartão postal do Rio de Janeiro, pela nona vez consecutiva a primeira etapa do Mundial de Skate Vertical será disputado por lá.

Os principais skatistas: Bob Burnquist, Dan Cezar, Renton Millar e Sandro Dias representavam os esportistas
Outro skatistas confirmado no evento e o brasileiro Pedro Barros, o Pedrinho, chama atenção pela pouca idade.

Vocês poderão conferir o desempenho de todos os atletas durante os treinos desta sexta, a partir das 15h30. No domingo, a grande final a partir das 09h00.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O Diferencial

Uma pequena apresentação, sou Jorge graças ao santo e sou Sena graças a minha avó nortista, hoje com 24 anos já pensei varias vezes em ser jogador, mas sempre me faltou o algo mais, o que eu gosto de ver nos bons jogadores. (não só isso é claro)


Então hoje quero falar sobre o algo mais, estava assistindo o jogo do Flamengo na ultima semana e vi que o Vagner Love não vai para a Copa porque não tem esse algo mais; ele é rápido, dribla, sabe fazer o pivô mais quando tem que converter um pênalti (hum!!) algo comum a função dele nossa quanta dificuldade e olha que não foi a primeira vez que isso aconteceu (no jogo da libertadores ele perdeu uma) eu sei, eu sei, dessa vez ele converteu porém foi muito mal batido.


Então tentando elaborar um padrão vou fazer um questionamento, o que falta para o Vagner Love ter esse algo mais (ele ainda pode alcançar isso)???


Acostumar com partidas com pressão, já que antes jogava no mediano campeonato russo?

Mais treino, muito mais treino e dedicação? (de cobrança de pênaltis)


O que vocês acham????